sexta-feira, 28 de julho de 2023

Ainda sobre o Colégio Pedro II

 

O ‘projetista’ do Colégio Pedro II foi Bernardo Pereira de Vasconcelos , nascido em na Casa dos Contos em Vila Rica, MG, no dia 27 de agosto de 1795 e falecido no  Rio de Janeiro, 1 de maio de 1850.

Seu Pai: Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos, nascido na Freguesia de Santo Ildefonso, Porto - Portugal, 1758  e falecido na Real Corte do Rio de Janeiro, 1815, foi um historiador, jurisconsulto e tronco de tradicional família luso-brasileira, os Pereira de Vasconcelos, sendo filho do Coronel Jerónimo Pereira de Vasconcelos e de Ana Jacinta da Natividade Ribeiro, ambos naturais da cidade do Porto, Portugal.

Formado em Leis pela Universidade de Coimbra, Portugal. Autor, entre outras, de Breve Descrição Física, Política e Geográfica da Capitania de Minas Gerais, foi Cavaleiro professo na Ordem de Cristo, de Portugal, caixa de Diamantes de Indaiá (Minas Gerais), vereador e Presidente do Senado da Câmara de Vila Rica (atual Ouro Preto/MG) e Juiz do Crime do bairro de São José, no Rio de Janeiro.

Sua mãe: Maria do Carmo de Sousa Barradas, mineira de Mariana, filha legítima do doutor João de Sousa Barradas e Jacinta Maria, nascida da Fonseca e Silva, originários do Couto de Verride, termo de Montemor-o-Velho, Portugal.

Estudou na Inglaterra e nos cursos de Filosofia e de Direito na Universidade de Coimbra.

Em 1820, dirigiu uma petição a D. João VI para obter lugar na magistratura, ganhando o juizado de fora de Guaratinguetá, mas não quis: pediu ao rei a ouvidoria em Vila Rica para entrar em exercício logo que vagasse.

Prestou juramento, em 30 de outubro de 1820, como juiz de fora da pequena vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, empossando-se em janeiro de 1821.

Em 1825, com 30 anos, foi nomeado desembargador da Relação do Maranhão, cargo que não chegou a desempenhar, pois em 1824 foi eleito para a Assembleia Geral Legislativa do Império, inaugurada em maio de 1826, onde alcançou fama.

De sua autoria, em 7 de agosto de 1826, foi o projeto que criava o Supremo Tribunal de Justiça, convertido em lei apenas em 1828 que aboliu o Desembargo do Paço, numa grande reforma descentralizadora.

Enfim, foi:

Ministro da Fazenda do Brasil: 1831 — 1832

Presidente de Minas Gerais: 1833

Ministro da Justiça do Brasil: 1837 — 1839

Ministro dos Negócios do Império do Brasil: 1837 — 1839

Ministro dos Negócios do Império do Brasil: 1840 – “Em 22 de julho de 1840, em suas primeiras 24 horas como ministro da pasta do Império ("Ministério das Nove Horas"), sustentou bravamente a posição contrária à maioridade de D. Pedro II (1840-1889), fundamentado no princípio da inviolabilidade da Constituição, que não previa a coroação antes da maioridade legal. Derrotado no Parlamento, caiu o seu gabinete, fato que confidenciou terem sido as mais gloriosas 24 horas de vida pública”.

Foi” foi um dos primeiros a levantar a bandeira pela valorização do magistério e a defesa da educação pública de qualidade; a obrigatoriedade dos ministros de Estado de prestarem contas de seus atos e atividades ministeriais; um dos responsáveis pela criação da lei que responsabilizava criminalmente funcionários públicos por prevaricação; etc.”.

Considerado um intelectual contribuiu definitivamente, apresentando os projetos, para a formação do Arquivo Nacional e do Colégio Pedro II.

Até hoje não é bem avaliado pelos historiadores marxistas brasileiros por ter “ participado na criação da Lei de Terras, regulamentada em 30 de janeiro de 1854, terá deixado para alguns uma marca negativa. Pela dita lei, todas as terras pertencentes ao Estado brasileiro só poderiam ser adquiridas mediante pagamento, e não pela posse ou usucapião”.

É só

 

Colégio Pedro II do Rio de Janeiro




                                                                 

As pessoas imaginam que o vetusto educandário denominado Colégio Pedro II foi fundado  por Sua Majestade Imperial, Dom Pedro II, Pela Graça de Deus, e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, mas NÃO FOI.

Explico: Durante a minoridade de Dom Pedro II  o Brasil viveu no “ Período Regencial é como ficou conhecido o decênio de 1831 a 1840 na História do Brasil, compreendido entre a abdicação de D. Pedro I e a declaração da Maioridade”, e sucederam-se quatro regências: A Provisória Trina, a Permanente Trina, a Una de Feijó e a Una de Araújo Lima.

Foi na chefiada por Pedro de Araújo Lima, Marquês de Olinda, período de         19 de setembro de 1837 a 23 de julho de 1840, que desejava completar a obra civilizadora iniciada por El-Rey Dom João VI no Brasil, que “ a  instituição foi fundada em decorrência da reorganização do antigo Seminário de São Joaquim, conforme projeto do então ministro dos Negócios e da Justiça, Bernardo Pereira de Vasconcelos”.

Foi inaugurado em 1837, na data de aniversário do imperador-menino (2 de dezembro), sob a denominação de Imperial Colégio de Pedro II, sendo oficializado por decreto regencial a 20 de dezembro, e as aulas se iniciaram em março do ano seguinte (1838), no mesmo edifício onde funciona até hoje, o da foto, mas a atual avenida Marechal Floriano era denominada de rua Larga.

Jorge Eduardo Garcia

Autor do livro CONVERSANDO ALEGREMENTE SOBRE A HISTÓRIA.

Pedro de Araújo Lima nasceu em Sirinhaém, Pernambuco, no dia 22 de dezembro de 1793, filho do capitão Manuel de Araújo Lima e de Anna Teixeira Cavalcanti.

Casou-se com Luiza Bernarda de Figueiredo, filha de José Bernardo de Figueiredo (Ministro do Supremo Tribunal de Justiça).

Neto paterno do sargento-mor Antônio Casado Lima e D. Margarida Bezerra Cavalcanti, e materno, do coronel Pedro Teixeira Cavalcanti, e D. Luísa dos Prazeres Cavalcanti.

Do casamento tiveram dois filhos, Luiza Bibiana (Bambina) de Araujo Lima, a Viscondessa de Pirassununga, casada com Joaquim Henrique de Araujo, visconde de Pirassununga e Pedro de Araújo Lima (filho).

Foi avô da segunda Baronesa do Rio Preto, Maria Bibiana de Araújo Lima.

Estudou humanidades em Olinda e em 1813, seguiu para Portugal, onde formou-se em direito pela Universidade de Coimbra.

Começou a sua carreira política em 1821, na bancada da então província de Pernambuco às Cortes Gerais de Lisboa.

Fez parte da Assembleia Nacional Constituinte de 1823 e das primeiras legislaturas brasileiras

Regente do Império do Brasil no período de19 de setembro de 1837

a 23 de julho de 1840.

4º, 9º, 14º e 17º Presidente do Conselho de Ministros do Império do Brasil.

Durante a sua regência, foram fundados o Imperial Colégio Pedro II, do Arquivo Público do Império e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sendo deste último, sócio fundador, além de diretor da Faculdade de Direito do Recife.

Esse GRANDE HOMEM DE CULTURA- Alma mater Universidade de Coimbra- faleceu  em 7 de junho de 1870 , aos76 anos, no Rio de Janeiro, na Corte ou Município Neutro,  e está sepultado no Cemitério de São Francisco de Paula no bairro do Catumbi, cidade do Rio de Janeiro.

 


sexta-feira, 31 de julho de 2020

Os Capetos- Les Capétiens- uma das as maiores e mais antigas casas reais da Europa e do mundo.




Brasão de armas da França ( Azure três fleurs-de-lis ou, uma flor de lis ou em crista ).

Hugo Capeto, duque dos Francos,  foi eleito  rei de França em  3 de julho de 987, sagrado e coroado no mesmo dia e seu reinado terminou no dia de sua morte em e 24 de outubro de 996, portanto por 9 anos, 5 meses e 3 dias.
Filiação:
Pai:
Hugo, o Grande, duque dos francos, conde de Paris, marquês de Nêustria, filho do rei Robert I, rei dos Francos de 29 de junho de 922 a  15 de junho de 923, 11 meses e 17 dias;
Mãe:
Hedwig da Saxônia , princesa da dinastia Otoniana , filha mais nova de Henrique o Passarinheiro, duque da Saxônia,  rei da Alemanha e de Santa Mathilde.
Herdeiro da poderosa Casa dos Robertianos ( La famille des Robertiens, uma família da nobreza franca) os descendentes de Roberto, o Forte,  conde de Anjou, de Auxerre, de Nevers, de Worms, e marquês da Nêustria.
Os Robertianos eram rivais da não menos poderosa Dinastia Carolíngia, os herdeiros de Carlos Magno, mas esse enfraquecidos por suas desavenças familiares, não conseguiram emplacar um deles no trono dos francos após a morte de Luís V , também conhecido como Luis o Indolente, o último rei francês da dinastia carolíngia.
Já doente de varíola, Hugo morreu em um sábado, 24 de outubro de 996, com 55 anos de idade, no castelo de Juifs (ou Juy ou Juees), em Beauce, perto de Prasville, entre Chartres e Orleans.
Roberto II o Piedoso seu filho com Adelaide da Aquitânia, filha de  Guilherme III, duque da Aquitânia, conde de Poitiers, e de Adele da Normandia, que já havia sido feito co-rei em 30 de dezembro de 987, passou a reinar em 24 de outubro de 996 , sendo coroado em 30 de dezembro de 987, e seu reinado terminou com sua morte em  20 de julho de 1031, se tornado o segundo membro da Casa dos Capetos a reinar na França.
O sucessor do Piedoso foi seu filho Henrique I , nascido em Reims, 4 de maio de 1008 e falecido em  Vitry-aux-Loges, 4 de agosto de 1060,  um habilíssimo político, apesar de reinar sobre  poucos vassalos feudais e sofrer a oposição férrea de Constança de Arles, sua mãe, conseguiu consolidar o poder da Dinastia dos Capeto, tanto que Filipe, o Amoroso, seu filho com Ana Yaroslavn de Kiev, filha de Yaroslav, o Sábio , grão-príncipe de Kiev e príncipe de Novgorod , e sua segunda esposa, Ingegerd Olofsdotter, da Suécia, aos oito ( 8) foi sagrado e coroado rei em 23 de maio de 1059 e reinado até  sua morte em 29 de julho de 1108, por  47 anos, 11 meses e 25 dias, consolidado assim a Casa Capeto como Dinastia Real em França.


Retrato do século XII de Hugo Capeto

Mas por que o nome Capeto, Les Capétiens?
“ O nome da dinastia deriva de seu fundador, Hugo , que era conhecido como "Hugh Capet".
O significado de "Capet", um apelido e não um sobrenome de família como hoje conhecemos, é desconhecido.
Alguns afirmam que era uma "capa", outros  identificam com a palavra “caput”  significando "chefe" ou "cabeça" da família, e poucos como um “capelo” , um capuz que Hugo usava na cabeça permanentemente.
Os Capeto de  linha masculina governaram a França sem interrupção de 987 a 1792 e novamente de 1814 a 1848.
Só homens porque na França foi adotada a Lei Sálica que não permitia as mulheres serem soberanas de França, só os homens podiam ser coroados monarcas.
Os descendentes diretos do Hugo Capeto , a linha sênior da Casa do Capeto, reinaram até Carlos IV, o Belo ou o Calvo,  em  - 1 de fevereiro de 1328 dia de sua morte.
Assim a  linha sênior da Casa do Capeto foi substituída no Trono por um de seus  branches cadette, ramos mais jovem, e aqui estão alguns:
       I.            Ramo Capeto-Valois - Valois direto (1328-1498)-  Ramo fundado pelo conde Carlos de Valois, conde de Valois, d’ Alençon, de Perche, conde jure uxoris de Anjou e Maine , rei nominal jure uxoris da Sicília último imperador latino e titular de Constantinopla, neto de São Luis, rei de França, por Filipe, o Ousado, rei da França de 25 de agosto de 1270 a  5 de outubro de 1285. O filho de Carlos de Valois de nome Filipe VI ou Filipe, o Afortunado, foi rei de França de 1 de abril de 1328 a 22 de agosto de 1350 ,  22 anos, 4 meses e 21 dias. Esse Ramo ocupou o Trono até o reinado de Carlos VIII, o Afável, de  30 de agosto de 1483 - 7 de abril de 1498,  14 anos, 7 meses e 8 dias. O Afável também foi rei de Nápoles de 22 de fevereiro de 1495 - 6 de julho de 1495,  4 meses e 14 dias . Após sua morte, a sucessão reverte para seu primo e herdeiro Louis d'Orléans, rei coroado sob o nome de Luís XII.
    II.            Ramo de Capeto-Valois-Borgonha . Ramo fundado por Filipe II da Borgonha, o Audaz. João II o Bom , segundo rei da França da Casa de Valois, casou com Bona do Luxemburgo , nascida Jutta (Judith), f duquesa da Normandia, condessa de Anjou, e foram pais de 11 filhos, entre eles o já citado Audaz, duque de Borgonha ( 1363 – 1404), que casou com Margarida da Flandres, e esse ramo menor se deve a essa União.
a.      Foram quatro(4) duques da Borgonha em linha direta, sendo a última Maria de Borgonha, duquesa titular da Borgonha , esposa de Maximiliano I , imperador do Sacro Império Romano , e mãe de Filipe, o Belo, pai do Cesar Augustus Carlos V&I, imperador do Sacro Império Romano , rei da Alemanha ( formalmente  rei dos romanos) Rei da Alemanha, rei da Itália, rei de todas as espanhóis, de Castela, Aragão, Leão, da Hungria, da Dalmácia, da Croácia, Navarra, Granada, Toledo, Valência, Galiza, Maiorca, Sevilha, Córdoba, Múrcia, Jaén, Algarves, Algeciras, Gibraltar, Ilhas Canárias, Rei das Duas Sicílias, Sardenha, Córsega, Rei de Jerusalém, Rei das Índias, Ilhas e Continente do Mar do Oceano, Arquiduque da Áustria, Duque da Borgonha, Brabante, Lorena Estíria, Caríntia, Carniola, Limburgo, Luxemburgo, Guéldria, Neopatria, Württemberg, Landgrave da Alsácia, Príncipe da Suábia, Astúrias e Catalunha, Conde da Flandres, Habsburgo, Tirol, Gorizia, Barcelona, ​​Artois, Palatino da Borgonha, Hainaut, Holanda, Zelândia, Furão, Kyburg, Namur, Roussillon, Cerdanha, Drenthe, Zutphen, Margrave do Sacro Império Romano, Burgau, Oristano e Gociano , Senhor da Frísia, Marcha dos Wendish , Pordenone, Biscaia, Molin, Salins, Trípoli e Mechelen, soberano da Holanda, etc...Senhor do primeiro império transcontinental onde o Sol nunca se punha.
III.            Ramo de Capeto-Valois-Anjou. Ramo fundado fundada por Luis I de Anjou, rei titular de Nápoles,  duque de Anjou e de Touraine, conde do Maine, de  Provença e Forcalquier, de Étampes, filho de João II o Bom, e de Bona do Luxemburgo A Casa Angiò-Valois foram os monarcas de Nápoles durante o final da Idade Média, no sul da Itália.
 IV.            Ramo de Capeto-Valois-Orleans . Ramo fundado por Luis de Valois, duque de Orleans, duque de Touraine,  conde de Valois, de  Blois, d’ Angoulême, de  Périgord , Dreux e Soissons. Filho de Carlos V o Sábio, rei da França, e de  Joana de Bourbon. Por seu neto Luis XII , por Carlos, duque de Orléans, foi rei de França de 7 de abril de 1498 até 1  de Janeiro de 1515,  16 anos, 8 meses e 25 dias.
    V.            Ramo de Capeto-Valois-Orleans-Angoulême. Ramo fundado por Carlos de Angoulême, conde de Angoulême , de Beaumont, do Luxemburgo, de Soissons, do Perigord, barão de Coucy, governador da Aquitânia, e por sua esposa Luisa di Savoia, filha de Filipe II, duque de Savoia, e de Margarida de Bourbon. Seu filho reinou na França com o nome de Francisco I, um príncipe da Renascença, o rei cavaleiro, o rei guerreiro, Le protecteur des Lettres ( homem das letras), que ordenou o francês como língua oficial da França em detrimento do latim, co- fundador do College de France com Guillaume Budé, Maître de la Librairie du Roy, continuou o trabalho de seus antecessores no Château d'Amboise , mas especialmente no Château de Blois, começou a construção do Château de Chambord, trouxe para França Leonardo Da Vinci dando inicio assim a Renasçença Francesa, etc.,etc., etc., para mim  o maior dos soberanos  franceses, e o mais sábio dos antecessores do grande governante cardeal Armand Jean du Plessis,  Duque de Richelieu e de Fronsac, o arquiteto do absolutismo na França e da liderança francesa na Europa.
 VI.            Ramo português de Capeto-Borgonha. Fundado em Portugal por Henrique de Borgonha , filho mais novo de Henrique de Borgonha, chamado de Le Damoiseau. Casou com Teresa de Leão , a filha bastarda d o rei Afonso VI de Leão e Castela e de Ximena Moniz, uma nobre castelhana , sendo elevado a Conde de Portucale em 1096.  Foram os pais de Afonso Henriques , Afonso I, e cognominado de "o Conquistador", o primeiro Rei de Portugal, reinando de 26 de julho de 1139 a 6 de dezembro de 1185, data de sua morte.  
Nota: Fernando I o Formoso, o rei de Portugal e Algarve de 1367 até sua morte em Lisboa, 22 de outubro de 1383, sendo o último monarca português da Casa de Borgonha e nono rei de Portugal, mas não teve filhos, sendo sucedido por seu meio irmão conhecido como Mestre de Avis, Dom João I o de Boa Memória, que casou com Filipa de Lencastre ,  Philippa of Lancaster, princesa inglesa da Casa de Lencastre, filha de João de Gante, 1.º Duque de Lencastre, com sua mulher Branca de Lencastre, e neles foi fundada a Casa de Avis, portanto a  segunda dinastia a reinar em Portugal , que findou com  a morte do Cardeal-rei D. Henrique em 31 de janeiro de 1580 sem deixar herdeiro legítimo.
Iniciou com essa morte o período em que os reis de Espanha, também, foram reis de Portugal e seu império.
Atenção: Nesse período histórico da Casa de Avis, nasce uma casa fidalga , porem bastarda : a  Dinastia dos Bragança .
A Dinastia de Bragança  fundada por Afonso I de Bragança, o 8º conde de Barcelos, 2º conde de Neiva e o 1º Duque de Bragança. Filho ilegítimo de João I de Avis com sua amante Inês Perez , judia filha de Pero Estevez, "o sapateiro Barbadão".
Dom Afonso I casou com d. Beatriz Pereira de Alvim, filha única do condestável D. Nuno Álvares Pereira e de Leonor de Alvim, a herdeira da casa mais opulenta do reino, o que tornou a Sereníssima Casa de Bragança riquíssima.
Gostaria de salientar um herói dessa linhagem presente na batalha de Alcácer-Quibir com apenas 10 anos de idade: dom Teodósio II de Bragança e Avis , *Vila Viçosa, 28 de Abril de 1568 — Vila + Viçosa, 29 de Novembro de 1630,  o 7° Duque de Bragança. Era filho de  João, 6° Duque de Bragança,  e da Infanta D. Catarina, neta do rei Manuel I.
Teodósio permaneceu junto do rei na batalha de Alcácer-Quibir até a situação se tornar grave e o rei ordenar a retirada da criança para a segurança da retaguarda.
Teodósio não ficou satisfeito e fugiu à primeira oportunidade, apanhando um cavalo e lançando-se a galope em direção à linha de combate.
Como muitos outros homens, acabou por ser ferido e feito prisioneiro pelos marroquinos.
O duque seu pai ficou estarrecido com os eventos e ofereceu uma fortuna pelo resgate do seu filho, chegando a pedir a Filipe II de Espanha para intervir em seu favor. Não seria necessário tanto alarme. O rei de Marrocos tinha ficado impressionado com a bravura do pequeno Teodósio e deixou-o regressar a casa em agosto de 1579, via Espanha.
Dom Teodósio casou com D. Ana Fernández de Velasco e Telles-Girón, a filha mais velha de João Fernández de Velasco y Tovar (1550-1613), 5.º Duque de Frias, 3.º Marquês de Berlangas, 7.º Conde de Haro, 11.º Condestável de Castela e de Maria Téllez-Girón de Gusmão (1553-1608), filha de Pedro Téllez-Girón y de la Cueva, 1.º Duque de Osuna e 5.º Conde de Ureña e da sua primeira mulher Leonor Ana de Gusmão e Aragão da Casa de Medina-Sidonia.
Deles nasceu Dom João II, na Grande História Joao IV O Restaurador, aclamado a 1 de dezembro 1640 rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.". Abdica do ducado a favor do filho. O título passa a ser dado ao herdeiro do Reino de Portugal.
Era essa a Dinastia que o general Bonaparte,  Napoleão I, imperador dos franceses e outros títulos, queria varrer da face da terra.
VII.            Ramo de Capeto-Borbón , ramo fundado pelo conde Robert de Clermont , filho de Luís IX da França , casado com Beatriz de Borbón . Seu filho Luis I de Borbón , recebeu o título de Duque de Bourbon e Par de França. Um descendente dele, Antonio de Borbón , reinou em Navarra devido ao seu casamento com Juana III . O filho de ambos chegaria ao trono francês com o nome de Henrique IV
Henrique IV, Bom rei Henrique ou Henrique, o Grande , foi rei de Navarra (como Henrique III ) de 1572 e rei da França de 1589 a 1610.
O primeiro monarca da França da Casa de Bourbon -  roi de France et de Navarre, pela união das coroas da França e Navarra. Uma titularidade desapareceu quando Luís XVI  recebeu o título de rei dos franceses em6 de novembro de 1789, sendo  novamente usado por Luís XVIII e Carlos X de 1814 a 1830 .
Foram sucessores de Henrique, o Grande, membros da Casa de Bourbon,  como soberanos:
Louis XIII (1610) · Louis XIV (1643)· Louis XV (1715)· Louis XVI (1774).
Período da Revolução Francesa e Império Napoleônico.
Luís XVIII (1814) · Carlos X (1824)
VIII - Ramo de Capeto-Bourbon-Orleans
Nota: da Casa de Bourbon nasce o Ramo de Capeto-Bourbon-Orleans, com Philippe de France, também chamado Philippe d'Orléans, filho da França, Monsieur, frère unique du roi, duque de Anjou no nascimento, par da França , príncipe de Joinville, duque de Orleans , de Chartres, de Valois, de Nemours,  de Montpensier, de Châtellerault , marquês de Coucy e Folembray , conde de Dourdan, de Romorantin, de Mortain,  de Bar-sur-Seine , visconde de Auge e Domfront, barão de Beaujolais, senhor de Montargis, e sua segunda esposa Isabel Carlota do Palatinado, condessa palatina de Simmern, " Madame  " na corte  , e  por convenção e por pertencer à casa de Wittelsbach , ela é chamada "  Charlotte-Élisabeth de Bavière,  pais de Philippe d'Orléans, o Regente, pois foi   regente do reino da França durante a minoria de Luís XV .
Philippe d'Orléans casou com Françoise-Marie de Bourbon, dite « la Seconde Mademoiselle de Blois », filha ilegítima de Luís XIV e Madame de Montespan, foram pais de Luis o Piedoso, , primeiro príncipe do sangue após a morte do príncipe de Condé, Monsieur le Prince , duque de Orleans , de Chartres , de Valois, de Montpensier, de Nemours, que casou com Auguste Marie Jeanne de Bade-Bade, da Dinastia de Zähringen ,  antiga família nobre alemã, que foi muito influente na atual Suíça e no Grão-Ducado de Baden.
Luis I  o Piedoso e Auguste Marie foram pais de:
Luis-Filipe o Gordo,  primeiro príncipe de sangue , duque de Chartres, de Orleans, de Valois, de Montpensier, de Nemours,  casou com Louise-Henriette de Bourbon, Mademoiselle de Conti, e foram pais de:
Luis-Felipe,  como Philippe Égalité depois de 1792.
A História da Humanidade está repleta de CANALHAS, mas não há um igual a Sua Alteza Serena Louis Philippe Joseph d'Orléans, primeiro príncipe de sangue, que odiava e invejava seu primo Luis XVI, o rei de França e de Navarra.
Desde os primeiros momentos se aliou ao Terceiro Estado, ignorando a nobreza, em uma tentativa de tomar o trono de seu primo.
Fez poucas e boas sendo radical revolucionário.
Traiu todos os seus e votou pela morte de Luis XVI na guilhotina.
Luis XVI ao saber que seu primo votara pela sua morte , com a paciência que o caracterizava, exclamou:
"Dói-me muito ver que Monsieur d'Orléans, meu parente, votou na minha morte."
Mas, o destino do trânsfuga já estava traçado:
Philippe Égalité, Felipe Igualdade, acusado de traição “ passou vários meses encarcerado em Fort Saint-Jean, em Marselha, até ser enviado de volta a Paris. Em 2 de novembro de 1793, ele foi preso na Conciergerie . Julgado pelo Tribunal Revolucionário em 6 de novembro, ele foi condenado à morte e guilhotinado no mesmo dia”.
A Justiça Divina tarda , mas não falha.
Esse canalha esqueceu que cabe a monarquia o dever sagrado de defender o povo sobre o qual Deus a fez reinar e não o entregar nas mãos de espertos, buliçosos, ardilosos, arteiros, astuciosos, astutos, safardanas arrivistas, que não respeitam a Res Publica.
“ O Regicida” casou com a riquíssima Louise Marie Adélaïde de Bourbon-Penthièvre, filha de Louis Jean Marie de Bourbon, duque de Penthièvre e da princesa Maria Teresa Felicitas de Modena, e foram pais de seis ( 6) filhos entre eles:
Louis-Philippe d'Orléans, que  nasceu no Palais-Royal em Paris em 6 de outubro de 1773  e titulado Duque de Valois¸ batizado na capela real do Palácio de Versalhes pelo bispo de Metz e grande capelão da França Louis-Joseph de Montmorency-Laval, tendo como padrinhos o rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta.
A princípio aderiu a Revolução de 1789, mas tentou convencer o pai a não participar do julgamento de Luís XVI.
Acusado de traição fugiu da França.
Morou nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Casou com a rica Maria Amalia di Borbone-Napoli, filha de  Fernando I das Duas Sicílias (na época de seu nascimento, seu pai era conhecido como Fernando IV de Nápoles) e de sua esposa, a arquiduquesa austríaca Maria Carolina da Áustria, a irmã favorita de Maria Antonieta, rainha de guilhotinada de França.
O casal então se mudou para Palermo , para o Palácio de Orleans , e tiveram dez filhos, entre eles:
1-     François Ferdinand Philippe Louis Marie d'Orléans , príncipe do sangue real da França, príncipe de Joinville ,  que casou com Francisca de Bragança (Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1824 — Paris, 27 de março de 1898), princesa do Brasil por nascimento e princesa de Joinville por casamento. Filha do Imperador D. Pedro I do Brasil e da imperatriz D. Leopoldina, sendo assim, irmã de D. Maria II de Portugal, e de D. Pedro II do Brasil.
2-     Louis Charles Philippe Raphaël d'Orléans, príncipe do sangue real da França , duque de Nemours , tenente-general do exército real ,nasceu em 25 de outubro de 1814 no Palais-Royal em Paris, que casou com Victoire Auguste Françoise Antoinette Julienne Louise de Saxe-Cobourg-Kohary, filha de Fernando de Saxe-Cobourg e Gotha e de sua esposa a rica princesa húngara Antoinette de Koháry, irmã de Fernando II  o "Rei dos Artistas", rei consorte de Portugal, marido de Dona Maria II.
Os duques de Nemours foram pais de quatro (4) filhos entre eles:
a-      Gaston d'Orléans , conde da Eu , nascido em28 de abril de 1842, no castelo de Neuilly-sur-Seine , e morreu a bordo do navio Massilia , no Oceano Atlântico ,28 de agosto de 1922.
Que casou em 15 de outubro de 1864 no Rio de Janeiro, com Sua Alteza Imperial Dona Isabel, , a Princesa Imperial, filha e herdeira do imperador Dom Pedro II do Brasil (1825-1891) e da imperatriz  Dona Teresa Cristina de Bourbon , nascida princesa das duas Sicílias.
IX.            Ramo Capeto-Borbón- -Espanha .
O primeiro rei Bourbon da Espanha foi Filipe V, «el Animoso», nascido no palácio  de Versalhes em 19 de dezembro de 1683 e falecido em Madri no dia 9 de julho de 1746.
Foi rei da Espanha de 16 de novembro de 1700 até sua morte em 1746 , com uma breve interrupção entre 16 de janeiro e 5 de setembro de 1724.
Na França era o duque d’ Anjou, filho de Luís da França, « le Grand Dauphin » / O Grande Golfinho, e de Maria Ana da Baviera, portanto, neto de Luís XIV , rei de França e de Navarra e de sua esposa Maria Teresa da Áustria, nascida Infanta de Espanha, por ser filha de Filipe IV da Espanha.
Sua ascensão ao trono espanhol ocorreu antes da morte previsível sem herdeiros de seu tio-avô Carlos II, que originou a Guerra da Sucessão Espanhola.
São sucessores  de como Reyes de España e outros títulos da Casa de Borbón:
Luis I, Fernando VI, Carlos III, Carlos IV,  Fernando VII, Isabella II, Alfonso XII, Alfonso XIII, Juan Carlos I e o atual Felipe VI.
Particularmente acredito que Felipe VI seja o ultimo dos reis de Espanha, pois será deposto e implantada um republica.
a-      Ramo Capeto-Borbón -Espanha-Parma . Filial colateral fundada por Felipe I de Parma , filho de Felipe V da Espanha e Isabel de Farnese.
b-     O Ramo da Casa das Bourbon-Duas Sicílias é uma das filiais italianas da Casa Espanhola de Borbón, e nome deriva da soma do nome da casa principal ou de Bourbon e o nome da reino das Duas Sicílias , que surgiu da união do Reino da Sicília e do Reino de Nápoles .
Dessa Casa Real pertencia nossa querida quarta imperatriz Dona Teresa Cristina de Borbón-Dos Sicilias, tão esquecida dos brasileiros, mas que amava tanto o Brasil, viveu aqui por  45 anos, que faleceu na cidade do Porto, reino de Portugal, em  28 de dezembro de 1889, 1 mês e treze dias após o golpe da Proclamação da Republica de 15 de novembro.
Em mais de mil anos de presença quase ininterrupta nos tronos europeus, representantes dos diferentes ramos da dinastia governaram vários países:
Reis da França ( 888 - 898 , 922 - 923 , 987 - 1792 , 1814 - 1815 , 1815 - 1848 )
Reis de Castela (1126-1517; de 1369 a 1517 através do ramo bastardo do Trastamara )
Reyes de León ( 1126 - 1517 ; de 1369 a 1517)
Reis de Portugal e reis do Brasil ( 1139 - 1580 , 1640 - 1853 )
Imperadores do Império Latina ( 1216 - 1217 , 1221 - 1261 )
Reis de Nápoles ( 1266 - 1442 , 1700 - 1707 , 1735 - 1806 )
Reis de Sicília ( 1266 - 1282 , 1700 - 1713 , 1735 - 1815 )
Príncipes da Acaia ( 1278 - 1289 , 1313 - 1322 , 1333 - 1381 , 1383 - 1386 )
Reyes de Navarra ( 1305 - 1441 , 1700 - 1841 em espanhol Navarra, 1572 - 1789 em francês Navarra)
Reis da Hungria ( 1308 - 1395 )
Reis da Polônia ( 1370 - 1399 , 1573 - 1574 )
Reis da Coroa de Aragão ( 1412 - 1517 )
Reis da Espanha ( 1700 - 1808 , 1813 - 1868 , 1874 - 1931 , 1975 - presente)
Reis da Etrúria ( 1801 - 1807 )
Reis de Duas Sicílias ( 1815 - 1860 )
Imperadores do Brasil ( 1822 - 1889 )
Grão-duques do Luxemburgo ( 1964 - até o momento)
A essas coroas foram acrescentados vários grão-ducados, condados e marquesados ​​independentes:
Duques da Borgonha ( 956 - 1361 , 1363 - 1482 )
Duques da Bretanha ( 1212 - 1345 , 1364 - 1532 )
Contagens de Namur ( 1217 - 1237 , 1429 - 1482 , 1700 - 1713 )
Condes de Provence ( 1245 - 1481 )
Condes  de Hainaut (1253 - 1256 , 1417 - 1482 , 1700 - 1713 )
Condes da Borgonha ( 1329 - 1382 , 1383 - 1482 )
Condes da Flandres ( 1383 - 1482 , 1700 - 1713 )
Duques de Brabante ( 1405 - 1482 )
Duques de Luxemburgo ( 1412 - 1415 , 1419 - 1482 , 1700 - 1713 )
Duques de Lorraine ( 1431 - 1473 )
Condes de Holanda ( 1433 - 1482 )
Duques de Milão ( 1700 - 1713 )
Duques de Parma ( 1731 - 1735 , 1748 - 1802 , 1814 - 1859 )
Duques de Lucca ( 1817 - 1847 )

Todos os estudiosos concordam que o ano de fundação da Dinastia Capeto,  foi 987, mas um corso que ganhou destaque durante os Movimentos Revolucionários de 1789 em França, de uma família da pequena nobreza da península italiana, resolveu  destronar seus membros e se possível varrê-los da História da Humanidade.

No próximo capitulo vamos conhecer a família de Napoleone di Buonaparte, que entrou para História como Napoleão I, imperador dos franceses, rei da Itália, co-príncipe e co-imperador de Andorra, protetor da Confederação do Reno, soberano da Ilha de Elba, o general Bon

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Dona Cecilia Vicente de Azevedo Prado e o Imperador Pedro II


Prima Cecilia: 
Senhora Cecilia Galvão Vicente de Azevedo Prado.
nascida Hell Simões
Senhora Hamilton Veloso Prado 

Sei que vc é monarquista, mas de bom senso tanto que votou no “ Jair”, mas o Dom Pedro II é furto de marketing  do Estado Novo de Getúlio Vargas e do integralista Gustavo Barroso.

Vc pode deletar o que abaixo escrevo que eu JURO que não ficarei zangado. Rsrrsrssrsr
Parte I
• Quando D. Pedro II do Brasil subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta.
Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo à educação, à construção de faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas, que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.
R.: Mentira. Os escravos eram , como os afrodescendentes ainda são, a maioria da população brasileira e esse estrato social era ANALFABETO

• A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).
R.: Mentira. Tinham escravos e empregados e o tal “salário” de Dom Pedro era uma Dotação orçamentária, que ele casquinha não gastava muito fazendo com que a Corte do Brasil fosse a mais pobre do mundo. Ler Salões e Damas do Segundo Reinado, de Wanderley Pinho.
Todos os membros da Família Imperial recebiam a famosa “Dotação Orçamentaria, TODOS. Ver foto abaixo.
• (1880) O Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história.
R.: Há controvérsias, mas vamos acreditar nela. SE éramos a 4º economia devíamos aos esforços hercúleos dos Cafeicultores, dos Senhores de Engenho, os produtores de algodão, e o Mercado aberto para o Capital Inglês, não tendo o Poder Moderador do Imperador nada com isso.
Dom Pedro II era inimigo figadal de Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá , um comerciante que se tornou banqueiro internacional e industrial do Império contribuindo assim para o início da Industrialização do Brasil, e o era porque Mauá fez o que ele, como Imperador, deveria ter feito e não fez.
Dom Pedro II defendia “ à forte centralização monárquica que o Poder Moderador, expresso na Constituição de 1824, o garantia poder para barrar ou não qualquer tipo de iniciativa que lhe desgostasse”.
• (1860-1889) A média do crescimento econômico foi de 8,81% ao ano.
R.: Mentira. A prova é que com a abolição entramos em um CAOS  graças a “  Crise do Encilhamento foi uma bolha econômica (bolha de crédito) que ocorreu no Brasil, entre o final da Monarquia e início da República, e estourou durante a República da Espada (1889-1894), desencadeando então uma crise financeira e institucional”.
• (1880) Eram 14 impostos, atualmente são 98.
R.: Os impostos eram terríveis. Vou usar o que consta do site do Senado Federal:
Os cofres públicos recebiam um pedágio cobrado por todo cavalo e besta que entrava na capital do Império para ser vendido. Os brasileiros só podiam receber distinções honoríficas de governos estrangeiros, como o título de comendador concedido pelo Vaticano, se pagassem uma taxa à Coroa.
Particularmente pesados eram os tributos de importação de pólvora, chá e “bebidas espirituosas” (alcoólicas). Em 1843, as alíquotas desses produtos ficavam em torno de 50%. ( pasmem em um país que a água não era tratada e a bebida era indispensável para a população)
Ajudavam a financiar o Império o imposto das apostas e dos prêmios de loteria, o tributo das passagens dos bondes do Rio e a taxa de matrícula das faculdades de direito e medicina.
O Colégio Pedro II, hoje gratuito, cobrava dos alunos pensões trimestrais, remetidas para o caixa da Coroa. ( e o colégio era o xodó)
O lucro das empresas estatais, como a Fábrica da Pólvora, o Correio Geral, os Telégrafos Elétricos e a Estrada de Ferro D. Pedro II, reforçava o cofre imperial.
• (1850-1889) A média da inflação foi de 1,08% ao ano. “ Abriram-se várias linhas de crédito para investimentos produtivos e em bolsas de valores, aumentaram em muito os bancos emissores, fazendo que crescesse em demasia a oferta monetária, sem que se preocupasse com o lastro-ouro, ocasionando, assim, inflação e o fenômeno conhecido como moeda-podre ou desvalorização monetária”
R.: Mentira. A Crise do Encilhamento é prova.
• (1880) A moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina.
R.: Mentira. O padrão era o ouro. Quem tinha ouro vivia a larga m Paris- caso do senhor Barão da Bocaina que viveu em Paris após a proclamação da República.
• (1880) O Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do Mundo, perdendo apenas para a da Inglaterra.
R.: Mentira. A Marinha se tornou a Segunda Força Mundial na República e graças a “ Corrida armamentista naval ocorreu no início do século XX entre Argentina, Brasil e Chile, os países mais ricos e poderosos da América do Sul. Esse processo teve início quando a cúpula do governo brasileiro decidiu, a partir de figuras como o Barão do Rio Branco, pela compra de três dreadnoughts, que na época eram verdadeiras máquinas de guerra e poderiam ser comparadas às armas nucleares dos dias atuais.”
• (1860-1889) O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.
R.: Não graças a Dom Pedro II, mas sim aos esforços de varias pessoas sendo o que mais trabalhou foi Benjamin Constant , que foi Diretor do antigo Imperial Instituto dos Meninos Cegos*, instituição criada duramente o Gabinete Ministerial de Honório Hermeto Carneiro Leão, Marquês do Paraná, Presidente do Conselho de Ministros no período de   6 de setembro de 1853 a 3 de setembro de 1856. Ver detalhes abaixo. Criado em 1854, pelo decreto n. 1.428, de 12 de setembro, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos tinha por atribuição ministrar a instrução primária e alguns ramos da secundária, educação moral e religiosa, ensino de música, bem como ofícios fabris. A autorização para o governo imperial despender verbas para a criação do instituto foi conferida pelo decreto n. 781, de 10 de setembro de 1854.
O projeto de estabelecer uma escola com esse perfil no Rio de Janeiro foi de José Álvares de Azevedo, jovem cego de nascimento, que havia estudado por seis anos na renomada Institution Imperiale des Jeunes Aveugles, de Paris. Ao chegar ao Brasil, em 1850, Azevedo foi professor de História no colégio do Barão de Tautphoeus e publicou inúmeros artigos em jornais sobre o instituto de Paris (GUERREIRO, 2007, p. 77). Conheceu o médico francês José Francisco Xavier Sigaud, que chegara ao Brasil em 1825 e participara da criação da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro em 1829, ao dar aulas do Sistema Braille para sua filha, Adéle Marie. Foi Sigaud quem intermediou junto ao imperador d. Pedro II, de quem era médico particular, a proposta de Álvares de Azevedo para criação no Brasil de uma escola para pessoas cegas, segundo o modelo do instituto parisiense (FIALHO, 1978, p. 204). Com o apoio do imperador, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos foi inaugurado em 17 de dezembro de 1854, alguns meses após a morte de Azevedo, em 17 de março. Sob a direção de José Sigaud, o instituto foi inicialmente instalado em uma chácara alugada ao barão do Rio Bonito, localizada no Morro da Saúde.
Por ocasião da criação do Instituto dos Meninos Cegos, o ministro e secretário de Estado do Império – pasta em cuja alçada ficavam os negócios da educação – era Luís Pedreira de Couto Ferraz, barão do Bom Retiro. A ascensão do gabinete da Conciliação, em 1853, criou condições para que Couto Ferraz colocasse em prática a reforma educacional que levou o seu nome, onde foram estabelecidas as diretrizes gerais para o ensino primário e secundário da Corte, como também para o ensino superior, a cargo do governo imperial. Tendo como inspiração o modelo de instrução francesa, a Reforma Couto Ferraz orientou-se pelos ideais civilizatórios compartilhados pela elite política, em que a educação das camadas pobres da população, excluídos os escravos, assumiu o papel relevante de contribuir para alçar o Império brasileiro ao panteão das nações civilizadas (MATTOS, 2004).
Ainda que dirigida às instituições da Corte, pretendia-se que a reforma servisse de modelo para as províncias, e também que a Secretaria do Império tivesse injunção nesta esfera, através da Inspetoria-Geral da Instrução Primária e Secundária da Corte (SAVIANI, 2007, p. 131). Assim, a reforma expressava também o anseio do Estado imperial em exercer maior controle e fiscalização sobre o ensino público e particular, dispondo de questões como a inspeção dos estabelecimentos de instrução primária e secundária; a formação, os direitos e os deveres dos professores; condições e regime das escolas públicas e particulares.
Segundo o regulamento provisório aprovado pelo decreto n. 1.428, de 1854, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos seria administrado por um diretor, subordinado à Secretaria de Estado dos Negócios do Império, pasta responsável, dentre outros, pelos assuntos referentes à instrução pública. A estrutura do instituto era composta por um professor de primeiras letras, um de música vocal e instrumental, os das artes mecânicas, médico, capelão, um inspetor de alunos por cada turma de dez meninos, e os empregados e serventes que fossem indispensáveis. Nos três primeiros anos de exercício o número de alunos não deveria exceder a 30, sendo dez admitidos gratuitamente, quando reconhecidamente pobres, à custa do governo imperial.
Para fiscalização dos trabalhos do novo estabelecimento, foi designado o conselheiro de Estado Miguel Calmon du Pin e Almeida, o marquês de Abrantes, que exerceu a mesma função de comissário do governo em relação do Instituto dos Surdos-Mudos, criado em 1856. Com sua morte em 1865, assumiu o lugar Couto Ferraz, que deixara o cargo de secretário de Estado, substituído em 1885 pelo conselheiro Antonio Cândido da Cunha Leitão e, em 1888, por Joaquim Antônio Fernandes de Oliveira (BRASIL, 1898, p. 61).
O curso do instituto teria a duração completa de oito anos. Nos três primeiros eram ministradas as matérias de leitura, escrita, cálculo até frações decimais, música, e artes mecânicas, adaptadas à idade e força dos meninos. No quarto ano seria ensinado gramática, francês, aritmética, princípios elementares de geografia, música e ofícios mecânicos. Do quinto ano em diante, além dessas matérias, haveria geometria plana e retilínea, história e geografia antiga, média e moderna, e leitura explicada dos Evangelhos. Finalmente, no último ano o estudo limitava-se à história e geografia nacional, ao aperfeiçoamento da música e dos trabalhos mecânicos (BRASIL, 1889).
Pela decisão n. 242, de 18 de dezembro de 1854, o instituto teve seu regimento interno aprovado. Ficava determinado que os alunos fossem separados por sexo nas aulas, oficinas, recreação e passeio. As classes também seriam classificadas em relação à idade dos alunos: dos 6 aos 10 anos, dos 10 aos 14 e maiores de 14. O instituto contava com recursos provenientes das pensões anuais pagas por seus alunos, do subsídio do Tesouro Público, aprovado pelo Legislativo, e das doações recebidas (BRASIL, 1854, p. 270). Concluindo o processo de organização do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, o decreto n. 2.410, de 27 de abril de 1859, estabeleceu os vencimentos e regulou as acumulações e substituições de seus empregados.
Em virtude de Benjamin Constant Botelho de Magalhães (Niterói, 18 de outubro de 1836 — Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1891) militar, engenheiro, professor ,  ter permanecido por longos anos à frente desta instituição, em 1890 o governo provisório da recém-proclamada República renomeou a como Instituto Benjamin Constant - que, apesar de inativo em alguns períodos, permanece em franca atividade até os dias atuais
• (1880) O Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro do Mundo, com mais de 26 mil km.
R.: Graças ao Visconde de Mauá  com a Estrada de Ferro Mauá, a primeira do Brasil., cuja “ a construção de um trecho de 14 quilômetros de linha férrea entre o porto de Mauá, na baía de Guanabara, e a estação de Fragoso, na raiz da serra da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de Janeiro, a primeira no Brasil. No dia da inauguração (30 de abril de 1854), na presença do imperador e de autoridades, a locomotiva, posteriormente apelidada de Baroneza, em homenagem à esposa de Mauá, percorreu em 23 minutos o percurso”.
Depois vieram os ingleses que em 9 de fevereiro de 1855, o Governo Imperial firmou contrato com o engenheiro britânico Edward Price para a construção da primeira seção de uma estrada de ferro que visava promover, a partir do Município da Corte (a então cidade do Rio de Janeiro), uma completa integração do território brasileiro sobre trilhos”.
A seguir com a Recife & São Francisco Railway Company, Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II, sob a direção de Christiano Benedicto Ottoni, São Paulo Railway (depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí),
• A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano, quanto para falar mal do nosso Imperador.
R.: Não tinha como controla-la e estava pouco se ligando em ser chamado de Pedro Banana nessa Nação de “ raças inferiores e que não tinha futuro graças a miscigenação entre pretos, pardos e mestiços estéreis e degenerados, o Brasil estaria fadado ao fracasso e ao desaparecimento de toda a população, sendo que a única solução para o país seria a imigração de europeus, que, para ele, faziam parte de uma raça superior, como afirmava seu grande amigo e companheiro de viagem Arthur de Gobineau”, um dos filósofos que influenciaram o Nazismo.
• O Maestro e Compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” foi sustentado por Pedro II até atingir grande sucesso mundial.
R.: Relembro a dotação orçamentária. Ninguém até hoje provou outra fonte de renda de Dom Pedro II sem ser ela, ninguém.  
• Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.
R.: Um citação ridícula porque abolida foi a Imperial Guarda de Honra (1822-1831), mas o Regimento continuou a existir na forma do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG) que “ participou dos principais momentos da História do Brasil, dentre eles a Independência do Brasil, a Guerra Cisplatina e a Proclamação da República. A origem do dístico histórico do Regimento é a solicitação pelo Marechal Deodoro da Fonseca de um cavalo, por ocasião da Proclamação da República. Neste evento o Alferes Eduardo José Barbosa entregou o baio de nº 6, sobre o dorso do qual o Marechal extinguiu o Império. Assim, historicamente, o Comandante do 1º RCG monta, tradicionalmente, um cavalo baio, identificado como o de nº 6.

• Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.
R.: O Imperador Habsburgo e Bragança do exótico Império Tropical. Faça-me o favor.
• D. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que 17 era fluente.
R.: Mentira. Isso nunca foi provado NUNCA. Não passa de uma lenda.
• A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.
R.: Como não governava podia se dedicar a traduções.
• D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes.
R.: EIS A PROVA DO QUE EU AFIRMEI. O DINHEIRO NÃO ERA DELE , ERA DOS IMPOSTOS COBRADOS AO POVO BRASILEIRO
• Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.
R.: Pois é ‘ordenou “ seu reflorestamento sob o comando do major Manoel Gomes Archer, que em janeiro de 1862 semeou as primeiras mudas no replantio da floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro”.
Essa Ordenança Imperial se deve a “  crise de abastecimento de água, decorrência do desmatamento da floresta da Tijuca. Só restava vegetação nativa nos topos dos morros e nas encostas mais íngremes. “Os mananciais assorearam-se e, sem ter as copas das árvores para amortecer a queda dos pingos de chuva, a erosão do solo aumentou muito, carreando barro para os córregos e rios, fazendo chegar aos chafarizes da cidade uma água cada vez mais turva, cheia de impurezas e menos potável”, explica Cunha E Menezes.
Se houve empréstimo era do Governo Imperial e não particular de Pedro de Alcântara, pois “ do ponto de vista político, de projeto do Estado, dois personagens foram fundamentais. Além do próprio imperador, que tomou a decisão política de enfrentar o problema. O ministro dos Negócios, Luís do Couto Ferraz, futuro Visconde de Bom Retiro, foi quem conduziu a questão, de extrema complexidade”.
Fim de papo.
• A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.
R.: Usava roupas gastas porque era casquinha e não investia na Quinta da Boa Vista porque não gastava com um Palácio de Estado Carcomido, apesar de receber recursos para tal, pois amealhava o dinheiro. Quanto a Petrópolis era a casa familiar de Dona Teresa Cristina e com a ‘italiana ‘  as coisas eram diferentes. ( Ler Salões e Damas do Segundo Reinado, de Wanderley Pinho e Exílio e Morte do Imperador, de Lídia Besouchet, esse encomendado por Assis Chateaubriand).
Todo governante no Brasil foi alvo de charges, portanto ele não tem nenhum mérito especial em ‘aguenta-las’.

• D. Pedro II era um Grande Templário amigo pessoal de Don Antonio de Sousa Fontes 50º Grão Mestre da OSMTH Magnum Magisterium
R.: Sei e o que isso importava para o Império do Brasil?
NADA, nadica de nada.

• D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele. Foi o que “roubou” do Brasil!
R.: MENTIRA DA GROSSA...
OS MONARQUISTAS DEVERIAM TOMAR MAIS CUIDADO COM A SUAS FAKE-NEWS , POIS É RIDÍCULO TENTAR PERPETUAR UMA ÁUREA QUE FOI FRUTO DO ESTADO NOVO DE GETÚLIO VARGAS.
LENDO A HISTÓRIA DO II IMPÉRIO COM CUIDADO VEREMOS O PAPEL PÍFIO DE PEDRO DE ALCÂNTARA, TANTO QUE NÃO HOUVE NINGUÉM QUE DEFENDESSE O SEU TRONO QUANDO ELE  FOI DEPOSTO POR UM OFICIAL MENOR ( Major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro encarregado de entregar a D. Pedro II a ordem para o exílio da família imperial).
Termino com:
O imperador mantinha-se “abúlico e fatalista”, escreveu José Murilo de Carvalho no excelente “D. Pedro II”, da coleção “Perfis Brasileiros” (Companhia das Letras). Não era para menos. Dom Pedro d’Alcântara nunca quis ser dom Pedro II.

E assim está escrito.

07/12/2018

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Dom Pedro I& IV, o Herói de Dois Mundos.



O  Paço da Ribeira foi a residência dos reis portugueses durante cerca de 250 anos e sua construção teve início em 1498, por determinação de Manuel I,O Venturoso.


O Paço da Ribeira em Estilo Manuelino dispunha de uma torre abaluartada sobre o rio Tejo, denominada por torreão de Terzi ( Filippo Terzi, arquiteto e engenheiro militar italiano que realizou várias obras em Portugal)  onde os funcionários de El-Rey vigiavam a entrada e saída dos navios do comércio ultramarino no porto de Lisboa.
Havia uma varanda que permitia ao Soberano e a Corte tomar a brisa que vinha do Tejo e ver o movimento das garbosas Naus Portuguesas.  
O senhor Dom Manuel ( que fazia jus ao nome, pois quem não conhece um Manuel português bom de negócio ?), sendo um bom comerciante controlava em pessoa a Casa das Indias, estabelecida no primeiro piso do Paço em um grande espaços destinado a depositar os bens e as ricas e valiosas especiarias que vinham de Além Mar.
A Morada dos Reis que teve sua fachada totalmente modificada e que foi ampliada com novos pisos, graças as obras ordenadas pelo soberano Espanhol Felipe II, em Portugal Felipe I, que não gostava do Estilo Manuelino.   
“ O Paço da Ribeira ficou associado na História de Portugal a alguns dos seus mais marcantes acontecimentos, sendo decerto o mais notável a sua tomada pela força armada dos quarenta fidalgos portugueses que na célebre manhã do dia 1 de dezembro de 1640, perante o povo em delírio acorrido ao Terreiro do Paço, destronaram sem sangue a Dinastia de Habsburgo, aclamando a de Bragança na pessoa de Dom João IV, o Restaurador, 8.º duque de Bragança, 5º duque de Guimarães e 3.º duque de Barcelos, 7.º marquês de Vila Viçosa,  conde de Barcelos, Guimarães, Arraiolos, Ourém e Neiva, 14º Condestável de Portugal”.
Da famosa Varanda saiu Dom João IV “em complicado e demorado cerimonial hierárquico para o Terreiro defronte aonde, diante da Nobreza, do Clero e do Povo de Portugal, jurou manter, respeitar, e fazer cumprir os tradicionais foros, liberdades e garantias dos Portugueses, violados pelo seu antecessor estrangeiro”.
Glorioso Paço da Ribeira que viu Portugal se tornar o maior dos Impérios Transcontinentais  do planeta e assistiu ao juramento do Rei Restaurador.
Veio um terremoto.
Em 1 de novembro de 1755, feriado do Dia de Todos-os-Santos,  a terra tremeu sob Lisboa.
“O resultado foi a destruição quase completa da cidade de Lisboa, especialmente na zona da Baixa, e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve e Setúbal. O sismo foi seguido de um maremoto e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos e os sismólogos estimam que o sismo atingiu magnitudes entre 8,7 a 9 na escala de Richter”
O altaneiro Paço da Ribeira não resistiu e veio abaixo “ e se perderam para sempre os incalculáveis tesouros de arte - centenas delas , incluindo pinturas de Ticiano, Rubens e Correggio ( pintor da Renascença italiana, contemporâneo de Leonardo e Rafael Sanzio, com obras nos principais museus de todo o mundo)- 70 mil volumes da Biblioteca Real, o precioso Arquivo Real com documentos relativos à exploração oceânica e outros documentos antigos, enfim um recheio ali acumulados ao longo de duzentos e cinquenta anos, período correspondente ao apogeu do poder e da riqueza portuguesa no mundo, nomeadamente dos reinados de D. Manuel I e de D. João V”.
Dom José I e os seus não estavam em casa, pois estavam aproveitando o feriado religioso  em Santa Maria de Belém, nos arredores de Lisboa, segundo alguns no Mosteiro dos Jerónimos, mas enquanto o prático Marques de Pombal bradou a celebre frase "E agora? Enterram-se os mortos e cuidam-se os vivos" e partiu para reconstrução da Capital do Império, Sua Majestade Fidelíssima pela graça de Deus  Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc., ficou tomado de grande medo e se recusou a morar em “ edifícios construídos "em pedra e cal"”.




Qual a solução?
Na Quinta de Cima, uma das três quintas adquiridas em 1726 por D. João V na zona de Belém-Ajuda, com projeto de Giovanni Carlo Sicinio Galli da Bibbiena, arquiteto italiano, foi construído um palácio de madeira, “mas que tinha  algumas partes inferiores em alvenaria”.
Foi denominado de A Real Barraca e passou a ser residência oficial dos reis de Portugal e sua Corte.
No reinado de Dona Maria I a Rela Barraca pegou fogo na madrugada de 11 de novembro de 1794, e a Família Real se muda para o Palácio de Queluz.
“ O Palácio Nacional de Queluz é uma construção do século XVIII na cidade de Queluz , concelho de Sintra, hoje distrito de Lisboa. Um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó erguidos na Europa. Foi construído como um recanto de verão para Dom Pedro de Bragança, que viria a ser mais tarde marido e rei consorte de sua sobrinha, a rainha Dona Maria l, sob o nome de Dom Pedro III.”
“A construção do Palácio iniciou-se em 1747, tendo como arquiteto Mateus Vicente de Oliveira,  Manuel Caetano de Sousa, e do joalheiro e ourives francês Jean-Baptiste Robillon. Os traços arquitetônicos salientam os estilos barroco, rococó e neoclássico. Apesar de ser muito menor, é chamado frequentemente de "o Versalhes português"”.
Foi residência de Dona Maria I, de Dom João IV, como Príncipe - Regente, até a transmigração da Capital do Império para o Rio de Janeiro e a partir de 1826, o palácio lentamente deixou de ser o predileto pelos soberanos portugueses.



 Palácio de Queluz

Mas, por que o Palácio de Queluz entra nessa História?
Porque foi nele que nasceu Dom Pedro I Imperador do Brasil e Rei de Portugal sob o nome de Dom Pedro IV.
Foi construído no Palácio o Quarto de Dom Quixote entre 1759-1774 segundo o projeto de Jean-Baptiste Robillon que em  sua decoração utilizou oito colunas para sustentar um belíssima  cúpula de teto, um jogo de espelhos e ornatos em talha dourada e pasta de papel, que nos criam a ilusão de espaço circular.
O teto contém uma tela central cujo tema é "Alegoria à Música" do grande pintor de tetos José António Narciso (1731-1811).
Neste quarto o revestimento em soalho de madeira, com dois tons, tem composição circular em harmonia com a forma do teto, e foi terminado em 1771.
As oito pinturas das paredes contém cenas da vida de Dom Quixote de la Mancha, de Cervantes, e são atribuídas ao pintor Manuel da Costa (1755-1820).
Esta tela e todas as restantes desta sala foram refeitas em 1940 pelo pintor Fernando Mardel.
Neste quarto  nasceram os filhos de Dom João VI e de Dona Carlota Joaquina.


Dom Pedro em seu leito de morte em 1834
por José Joaquim Rodrigues Primavera

No dia 24 de setembro de 1834 morria o príncipe Dom Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon, Sua Alteza Imperial, o Duque de Bragança,  no Quarto Dom Quixote do Palácio Real de Queluz, o mesmo em que nascera na  manhã de 12 de outubro de 1798, portanto com 35 anos.
Quem era essa príncipe?
Um membro da Casa de Bragança.
Seus pais eram o senhor Dom João, então Príncipe do Brasil e Herdeiro do Trono de sua augusta mãe Dona Maria I, o futuro Dom João VI, e Dona Carlota Joaquina, futura Imperatriz Titular do Brasil, e Rainha consorte do Reino Unido de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. , nascida infanta  de Espanha por ser filha do rei Carlos IV de Espanha e sua esposa Maria Luísa de Parma.
Como filho e herdeiro do Príncipe do Brasil recebeu o Titulo de Príncipe da Beira após a morte de seu irmão mais velho Dom Francisco António Pio de Bragança, nascido em 21 de Março de 1795  e falecido em 11 de Junho de 1801, com 6 anos.
Existe uma Maldição sobre a Família Imperial e Real de Bragança que é a seguinte:
Maldição dos Braganças é citada em diversas crônicas.
A "maldição" ter-se-ia iniciado no reinado de D. João IV de Portugal, no século XVII, quando o monarca teria agredido um frade franciscano aos pontapés após este ter-lhe implorado por esmola. O frade, em resposta, rogou uma praga ao rei, dizendo que jamais um primogênito varão da família dos Braganças viveria o bastante para chegar ao trono.
De fato, a partir de então, todos os primogênitos varões daquela dinastia morreram antes de reinar.
Um século após a maldição, Dom João VI e Dona Carlota Joaquina, tentaram revertê-la, fazendo visitas anuais aos mosteiros franciscanos de Lisboa e do Rio de Janeiro, sem resultados, no entanto. Coincidentemente, com raras exceções, os primogênitos dos ramos reais da Dinastia de Bragança apenas deixaram de morrer quando a família perdeu a soberania tanto em Portugal quanto no Brasil.
Lista dos que morreram:
Em Portugal
D. Teodósio (1634–1653) – primogênito do próprio Dom João IV, morto aos dezenove anos de idade, deixou a sucessão da coroa a seu irmão D. Afonso VI, o qual, morrendo sem descendentes diretos, transmitiu a coroa a seu irmão Dom Pedro II;
D. João (1688) – primeiro príncipe deste nome, primogênito de D. Pedro II, abriu caminho ao trono para o segundo João, que reinou como D. João V;
D. Pedro (1712–1714) – primeiro varão de Dom João V, irmão mais velho do rei Dom José I. Este teve apenas filhas, da qual D. Maria I, a primogênita, assume o trono;
D. José (1761–1788) – primogênito de D. Maria I e do rei D. Pedro III, dando lugar, após sua morte, ao futuro rei D. João VI;
D. Francisco António (1795–1801) – primogênito de Dom João VI, morreu aos seis anos de idade, abrindo caminho para o futuro D. Pedro IV;
D. Miguel (1820) – primogênito de D. Pedro IV, abrindo caminho para a ascensão de D. Maria II ao trono português e de D. Pedro de Alcântara ao trono brasileiro;
D. Luís Filipe de Bragança (1887-1908) – primogênito do rei D. Carlos I, assassinado juntamente com seu pai, em 1 de fevereiro de 1908. O crime precipitou a queda da monarquia portuguesa, em 5 de outubro de 1910.
No Brasil
D. Miguel (1820) – primogênito de D. Pedro I, abrindo caminho para a ascensão de D. Pedro II ao trono brasileiro e de D. Maria da Glória ao trono português.9



A maldição continuou a agir até mesmo após a separação dos tronos do Brasil e de Portugal (1822):
D. Afonso Pedro (1845–1847) – primogênito de D. Pedro II, morreu em 1845 com menos de dois anos de idade, fazendo herdeira sua irmã D. Isabel. Muitos apontam a falta de um herdeiro masculino como uma das causas pela queda da monarquia no Brasil, pelo que a ascensão de um aristocrata estrangeiro, ainda que consorte da futura imperatriz, acirrava ânimos nacionalistas.
Isso posto, continuemos...
Em 1807, Dom João diante da sanha de Napoleão I, imperador dos Franceses, rei de Itália, Protetor da Confederação do Reno, mediador da Confederação Suíça, co- príncipe de  Andorra, que queria porque queria varrer tanto Portugal do mapa, quanto a Família Real de Bragança da face da terra, pensou em mandar Dom Pedro, o príncipe da Beira, para o Brasil, para ser mais preciso para Belém do Grão- Pará, a capital do Estado do Grão Pará e Maranhão, com uma pequena Corte e com o Titulo de Condestável do Brasil, “ como meio de garantir o Brasil para sua Dinastia”.
Todavia a ideia foi abortada.
E a Família Real acabou vindo toda, de mala e cuia, para o Rio de Janeiro.
Dom Pedro tinha apenas 9 anos.
Os realistas de plantão gostam de afirmar que na tormentosa travessia pelo mares daquém mar o senhor dom Pedro leu a Eneida de Virgílio, bem yo creo como si fuera verdade.
Dom Pedro era um belo de um inculto, porque não dizer ignorantão pretensioso.
Foi criado como uma cavalinho solto no pasto, logo não tinha limites. Era  impulsivo, não tinha o menor autocontrole, não media as consequências de seus atos, e seu pai “ jamais permitiu que alguém o disciplinasse”.
Era o Herdeiro do Trono e Dom João VI via nele além de uma grande audácia, uma astucia igual a sua, uma invejável sagacidade, e um espirito perspicaz.
Herdou da família da mãe, os Bourbon de França que na Espanha passaram a ser Los Borbones, La Casa de Borbón, uma sexualidade exacerbada, se deitando com qualquer mulher que para ele se oferecesse.
Nos terrenos da Paço Real da Quinta da Boa Vista, nas quebradas do Terreiro do Paço ou Largo do Carmo, no Cais que lá se encontrava onde a malta de arruaceiros ( inclusive os capoeiras ilegais), os desordeiros, os desocupados, os vagabundos e marafonas se reuniam para a galhofa e bebedeira, lá estava o senhor Dom Pedro vestido com calças brancas de algodão, uma jaqueta listrada também de algodão, um chapéu de palha com abas largas, acompanhado pelo seu fiel áulico Francisco Gomes da Silva, o conhecido Chalaça.
Femeeiro como seu trisavô o senhor Dom João V, apelidado de "o Magnânimo" por gastar a larga o ouro do Brasil, o pai dos Meninos da Palhavã, e que até de uma freira teve filho, Madre Paula de Odivelas nome religioso de Paula Teresa da Silva e Almeida, Dom Pedro teve ‘filhos na rua”, como diria minha avó, que foram:
1-     Da dançarina francesa de cabaré Noémi Thierry, teve uma criança natimorta;
2-     Com Maria Benedita de Castro Canto e Melo, Baronesa consorte de Sorocaba , irmã da Marquesa de Santos= Rodrigo Delfim Pereira , * Rio de Janeiro, 4 de novembro de 1823 – + Lisboa, 31 de Janeiro de 189,  um diplomata brasileiro;
3-     Com Domitila de Castro Canto e Mello, Marquesa de Santos=
a-      Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Sua Alteza a Duquesa de Goiás, *Rio de Janeiro, 23 de maio de 1824 — + Murnau am Staffelsee, 3 de novembro de 1898, casou com Ernesto José João Fischler de Treuberg, 2º conde de Treuberg e barão de Holsen, com descendência;
b-     Pedro de Alcântara Brasileiro = * Rio de Janeiro 7 de dezembro de 1825 – + Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1825;
c-     Maria Isabel de Alcântara Brasileira, Sua Alteza a Duquesa do Ceará, não há registro desse Título = *Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1827 — +Rio de Janeiro, 25 de outubro de 1827;
d-     Maria Isabel de Alcântara Bourbon, Condessa consorte de Iguaçu, casou com Pedro Caldeira Brant, primeiro e único conde de Iguaçu. Com descendência.
4-     Com Henriette Josephine Clemence Saisset, modista, casada com Monsieur Pierre Saisset, cabelereiro:
I-                  Pedro de Alcântara  Brasileiro = * Rio de Janeiro,  28 de agosto de 1829- + 1902. “ Ele trabalhou em diversos empreendimentos de negócios nos Estados Unidos, onde serviu como agente consular da França por mais de três décadas”.

Fora os filhos com Dona Leopoldina do Brasil.:
1-     Dona Maria II , Rainha de Portugal
2-     Dom Miguel, Príncipe da Beira
3-     Dom João Carlos, Príncipe da Beira
4-     Dona Januária Maria Joana Carlota Leopoldina Cândida Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, Princesa do Brasil, Condessa consorte de Áquila por seu casamento com o príncipe Luís Carlos, Conde de Áquila e filho do rei Francisco I das Duas Sicílias. Com descendência;
5-     Dona Paula Mariana Joana Carlota Faustina Matias Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga , Princesa do Brasil, morreu o de meningite ou de malária aos 9 anos;
6-     Dona Francisca Carolina Joana Carlota Leopoldina Romana Xavier de Paula Micaela Rafaela Gabriela Gonzaga , a celebre Chicá, Princesa do Brasil, Princesa consorte de Joinville por seu casamento com o Almirante Francisco Fernando Filipe Luís Maria, Príncipe de Joinville.  Com descendência ;
7-     Dom Pedro II do Brasil.

Com Dona Amélia de Leuchtenberg, nascida Amélia Augusta Eugênia Napoleona (Milão, 31 de julho de 1812 – Lisboa, 26 de janeiro de 1873) Imperatriz Consorte do Império do Brasil. Era filha de Eugênio de Beauharnais, portanto neta de sangue da Imperatriz Josefina, e neta adotiva de Napoleão Bonaparte, Imperador dos Franceses, etc.  e  de sua esposa a princesa Augusta da Baviera, Duquesa de Leuchtenberg, filha do Rei da Baviera, Maximiliano I José e da Rainha Maria Guilhermina de Hesse-Darmstadt:

I – Dona Maria Amélia Augusta Eugênia Josefina Luísa Teodolinda Heloísa Francisca Xavier de Paula Gabriela Rafaela Gonzaga, nascida e, Paris, 1 de dezembro de 1831 e falecida no Funchal, 4 de fevereiro de 1853, cognominada "A Princesa Flor, “ após a declaração da maioridade de dom Pedro II, em 1840, que passou a defender o reconhecimento de mãe e filha como membros de sua família. Aureliano Coutinho, o Visconde de Sepetiba, Ministro dos Negócios Estrangeiros na época, pediu o reconhecimento junto ao Senado Imperial, o que ocorreu em 5 de julho de 1841, foi considera Sua Alteza a Princesa do Brasil”.

Como vemos o senhor Dom Pedro I era mui dado as mulheres.
Super ativo não deixava para amanhã a cama que podia se deitar hoje.
Como bom boêmio gostava de cantar, de tocar violão, e no Paço ou casa de família o piano.
Era valente e não levava desaforo para casa.
Era limpinho, pois tomava banho todos os dias.
Quando seu pai voltou para Portugal lhe colocou como Príncipe Regente do Reino do Brasil, mas sempre lhe aconselhando:
"Pedro, se o Brasil for se separar de Portugal, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros.”
Essa frase famosa de Dom João IV, o maior dos monarcas luso afro brasileiro, tinha um sentido que só com muita perspicácia de compreende.  
O senhor Dom João VI não queria voltar para Lisboa de jeito nenhum.
O senhor Dom João VI tinha um senso de dever para com a sua Dinastia, a Dinastia Real de Bragança, que muitos poucos soberanos tinham em relação a suas, tanto que para salva-la embarcou as carreiras para o Brasil, enfrentando o Mar Tenebroso.
O senhor Dom João VI não queria perder nem Portugal Continental, nem o Brasil, nem nenhum domínio de seu Império Transcontinental.
O senhor Dom João VI sabia que se Dom Pedro fosse para Portugal seria encolhido pelos movimentos políticos que pululavam por lá.
O senhor Dom João VI sabia que com ele seria diferente, apesar dos pesares.
O senhor Dom João VI sabia que para sua garantia não podia tirar  Dom Pedro da Linha de Sucessão ao Trono.
O senhor Dom João VI sabia que podia usar de sua sabia politica de não se comprometer nem com A, nem com B, para sobrevier.
O senhor Dom João VI tinha em mente que  o pequenino e rebelde Portugal Continental não sobreviveria com a dignidade de outrora sem o Brasil, afinal o grande comercio brasileiro passava pelas Praças Portuguesas, apesar da abertura dos portos a Nações Amigas, leia-se Inglaterra.
O senhor Dom João VI sabia que os portugueses daquela época só podiam se dar bem no Brasil, como aconteceu até a II Grande Guerra Mundial.
Dom Pedro I &IV , não sei como, nem de que maneira, sabia tudo que seu augusto pai sabia ou tinha em mente.
Ficou firme.
Não admitia ver sua autoridade rebaixada, muito menos ser desrespeitado, pois tinha consciência que era um Príncipe de Sangue Bragança, filho e herdeiro de Reis, tanto que enfrentou com altives o revoltado Tenente - General Jorge de Avilez Zuzarte de Sousa Tavares, 1.º Visconde do Reguengo e 1.º conde de Avilez, “ que em 5 de julho de 1821, como comandante das tropas no Rio de Janeiro, dirigiu o ultimato ao Príncipe D. Pedro para que jurasse as bases da Constituição, demitisse o conde dos Arcos e nomeasse uma junta governativa. Em Outubro, exigiu novamente a D. Pedro que anunciasse publicamente sua adesão às decisões das Cortes reunidas em Lisboa. D. Pedro acatou e decidiu-se, num primeiro impulso, a regressar à Europa. Mas em Janeiro de 1822 declarou publicamente que tinha decidido ficar no Brasil, fato conhecido como o Dia do Fico. Jorge de Avilez demitiu-se do governo das armas e, com receio de um ataque das tropas brasileiras, recuou para a Praia Grande, em Niterói, que fortificou, mas acabou expulso pelo Príncipe Regente.”
Dona Leopoldina do Brasil nunca perdoou ao General Avilez pela morte de seu filho Dom  João Carlos Pedro Leopoldo Borromeu de Bragança.
A família do Príncipe Regente teve “que abandonar rapidamente a cidade com destino a Fazenda Real de Santa Cruz para se protegerem de Avilez,  General- Comandante das tropas portuguesas acantonadas no Rio de Janeiro, e o pequeno Príncipe , por causa dessa fuga, veio a falecer no dia 04.02.1822 o pequenino Príncipe Dom João Carlos nascido em 06.03.1821, tinha portanto com 11 meses e dois dias.”
Dona Leopoldina sabia o que era de fugir de seu Palácio para salvar a sua pele.
Os Habsburgos tiveram  que fugir de  Viena da Austria para todos não caírem prisioneiros do General Napoleão Bonaparte, que acabou virando Imperador dos Franceses e cunhado da Imperatriz do Brasil , pois casou com sua irmã mais velha Maria Luiza.
Dom Pedro I tinha consciência que era Herdeiro do Milenar Trono Português, mas não sabia quando e como iria ocupa-lo.
Ficou no Brasil.
Mas suas vistas estavam voltadas para Portugal.
“ A ideia de abdicar do trono brasileiro e voltar para Portugal começou a tomar sua mente e, a partir de 1829, Pedro falava a respeito frequentemente.”
Mas, a velha raposa sabia das coisas e em “dia 6 de março de 1826, Dom João VI, doente, nomeou uma regência presidida pela infanta D. Isabel Maria de Bragança , de vinte e cinco anos, a qual vigoraria, mesmo com a morte do rei, até que o legítimo herdeiro e sucessor da Coroa aparecesse. Ela foi regente de Portugal até 26 de fevereiro de 1828.”
Dom João VI morreu quatro dias depois do decreto de Regência em Lisboa no dia 10 de março de 1826.
Dom João VI foi assassinado.
“ Recentemente uma equipe de pesquisadores exumou o pote de cerâmica chinesa que continha as suas vísceras. Fragmentos do seu coração foram submetidos a análises, que detectaram uma quantidade de arsênico suficiente para matar duas pessoas, confirmando as suspeitas de que o rei foi em verdade assassinado”.
Dom Pedro foi aclamado "Sua Majestade Fidelíssima, D. Pedro IV, Rei de Portugal e Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.”
“ Dom Pedro, depois de proclamado Rei de Portugal, em 29 de abril outorgou aos portugueses uma constituição livre, a Carta Constitucional”.
Soberano em Portugal  e Império de 10 de março de 1826 até 2 de maio de 1826, dia em que abdicou em sua filha mais velha, Dona Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança.
Dona Maria da Glória era um  Princesa da Casa Real de Bragança  nascida no Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves, portanto podia ser Rainha de Portugal por ser portuguesa, uma portuguesa  nascida no Brasil, pois nasceu em 4 de abril de 1819 no Paço de São Cristóvão, cidade do Rio de Janeiro, Brasil, sob o título de Princesa da Beira .
Dom Pedro II não poderia já que nasceu depois da Independência no 2 de dezembro de 1825 e foi por isso que Dom Pedro I abdicou nele o Trono Imperial do Brasil.
Dona Maria da Gloria foi para Lisboa, mas a coisa por lá desandou.
Dom Miguel, irmão de Dom Pedro, e marido prometido a Dona Maria da Gloria não casou com ela e lhe tomou o trono.
Voltou Dona Maria para o Brasil  em 30 de agosto de 1829 para o Rio, chegando a 16 de outubro.
Aqui, também, a situação  estava desandando.
E aconteceu a “ Noite das Garrafadas que envolveu os  portugueses que apoiavam D. Pedro I e brasileiros que faziam oposição ao imperador - foi um dos principais acontecimentos do período imediatamente anterior à abdicação do monarca, em 13 de março de 1831”.
Numa carta simples:
"Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei muito voluntariamente abdicado na pessoa de meu muito amado e prezado filho o Senhor D. Pedro de Alcântara.
Boa Vista, 7 de abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo da Independência e do Império."
Pedro
Para sua segurança o Imperador renunciante embarca no navio inglês HMS Warspite, acompanhado da Imperatriz Dona Amélia, gravida de três meses,  e de  Dona Maria da Gloria, a Rainha de Portugal.
Os ânimos estavam serenados na Mui leal Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, e um Pedro de Alcântara em mangas de camisas, tamancos, lenço amarrado na cabeça, como um bom português de mudança de antanho, passou a organizar sua bagagem para ser embarcada na  fragata HMS Volage, enquanto Dona Maria da Gloria seguiu na corveta francesa La Seine rumo a Europa.
Deixou José Bonifácio, com quem se reconciliara pouco tempo antes, como tutor dos filhos Dom Pedro, Dona Januária (com nove anos), Dona Paula (8 anos) e Dona Francisca (7 anos).
“ Na Europa, D. Pedro , agora Duque de Bragança, empreende uma luta contra seu irmão, D. Miguel, a fim de assegurar para a filha Maria da Gloria o Trono português, o qual ela tinha Direito”.
Andou de Paris a Londres em busca de apoio.
Antes de partir para os Açores, no porto diante de “mais de  duzentas pessoas que haviam ido lhe desejar boa sorte” se ajoelhou aos pés de filha Rainha e exclamou alto:
"Minha senhora, aqui estás um general português que irá manter os seus direitos e restaurar sua coroa".
Foi uma choradeira sem fim.
Dos Açores, leal a Dona Maria, partiu para a Cidade do Porto , onde entrou sem oposição no dia 9 de julho de 1832 .
Aconteceu o “ Cerco do Porto de julho de 1832 a agosto de 1833, as tropas liberais de Dom Pedro estiveram sitiadas pelas forças realistas fiéis a Dom Miguel”.
“ Vendo o seu exército batido, Dom Miguel, que seguia o combate do alto do Monte de S. Gens na Senhora da Hora, atirou ao chão o óculo que empunhava, irritado com a derrota, quando contava com uma vitória estrondosa.”
No dia imediato, D. Pedro partiu para Lisboa, ocupada já pelas tropas de Dom António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha, 7.º Conde de Vila Flor, 1.º Marquês de Vila Flor e ainda 1.º Duque da Terceira com Honras de Parente ( de Sua Majestade o Soberano) , com os navios do Almirante inglês Charles John Napier, que tinha ,adotado o nome de Carlos de Ponza para não perder a sua patente na armada inglesa por combater no estrangeiro sem licença do seu Governo, no comando da Armada Portuguesa,  ancorados no Tejo.
Napier foi elevado a visconde do Cabo de São Vicente por decreto de 10 de agosto de 1833, e o de conde do Cabo de São Vicente por decreto de 7 de dezembro de 1842, ambos criados por Dona Maria II.
“ Dom Pedro sempre gozou de saúde forte durante toda sua vida, exceto por surtos de epilepsia não muito frequentes, porém a guerra minou sua constituição e por volta de 1834 ele estava sofrendo de tuberculose”.
Dom Pedro  morreu às 14h30min do dia 24 de setembro de 1834 após uma longa e dolorosa doença e conforme seu pedido, seu coração foi colocado na Igreja da Lapa no Porto, enquanto seu corpo foi inicialmente enterrado no Panteão da Dinastia de Bragança na Igreja de São Vicente de Fora, Lisboa.
José Bonifácio, que havia sido removido de sua posição de Tutor do Príncipes Imperiais , escreveu a elas:
"Dom Pedro não morreu. Apenas homens ordinários morrem, heróis não".
E assim se conta a História de um Herói de Dois Mundos.